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Luto Perp​é​tuo

by DEFUNTOS

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Vozes enterradas do Passado bradam sacrifícios outrora cometidos A eterna esperança decai, entoando na montanha gritos dolorosos, chamando assim a tristeza existente em mim. Estes caminhos... Portões para sentimentos isolados, vielas para jazigos secretos, onde a verdade jaz imune ao tempo Na encosta, velejo pela saudade que apaga o infinito azul criando uma imensidão de plangência O sol vermelho é engolido por pensamentos distantes, nascendo lembranças e lágrimas profundas Tão triste como um enterro encontra-se a minha alma. Isolo-me num mundo de dor, numa dimensão de apatia O derradeiro adeus vem lentamente, trazendo uma enorme mágoa interior É um degelo repentino que se abate no epicentro da alma, que afasta a ardência do peito, e esconde o batimento cravado cá dentro Pelejo em mim, nas profundezas da minha carne, por um refúgio digno de descanso Um asilo para o meu corpo se estirar, enquanto dura... O mas estava inquieto, a calema encontrava-se ruidosa Consenti que o silêncio fosse a minha companhia, o meu desfecho nesta história No seio da floresta, rodeado por esta taciturna escuridão, a lua cheia ergue-se, iluminando a pálida face, já Morta. As imagens turvam-se-me, e a minha negra aura extingue-se de forma sublime Lembro-me da despedida melancólica do momento E ainda consigo imaginar o calor interior que sentia naquela altura, como se o estivesse a viver. A respirar o seu odor.
3.
Esta é a história de uma maldição chamada vida E condenados poderão estar, vós, se a lerem. A triste alegria nasceu numa calma tarde de Primavera Numa aldeia onde o mar se alcançava no longo horizonte O drama de uma vida concebida para ruir... Ser filha de um leito de perturbações e tragédias Não impediu que os olhares se cruzassem de forma natural Linda era a fidalga Senhora, cabelos negros e longos, pele branca, rosto d'anjo Desde então os pensamentos tem vindo a crescer solenes O júbilo prolongava-se sempre que os olhos se abriam ao raiar do sol Os encontros faziam-se na mais alta montanha, no seio das árvores As enormes pedras ouviam os segredos e sussurros oriundos daqueles diálogos A nobre senhora escrevia-lhe poemas e pensamentos Somente escassos sentimentos preferiam ser escritos no lugar de serem falados Certa noite, a sua presença falhou... As horas foram passando devagar... O som do vento calou-se, e o pio da Coruja elevou-se mais alto O presságio deste súbito silêncio agoirou os dias vindouros Com o Outono a meio, as lágrimas já nada me servem Os dias tornam-se cinzentos, como o interior da minha alma Quando já não havia esperança, recebo uma carta a explicar o sucedido No seu interior vinha uma flor seca, Morta... O pai descobrira, e proibira-a de tais encontros Desde então manteve-se isolada no quarto, alimentando-se de lembranças Vivendo de memórias passadas... Jurei sobre a pedra que iria ferir aquele velho lacaio! Na manhã seguinte veio o horror... O Negro Fado ao qual estou habituado e que me tem vindo a seguir ao longo dos anos mostrou-se novamente... A bela Senhora tinha-se enforcado com os seus lençóis Estava pendurada no lustre do seu quarto Encontrava-se nua somente com um véu preto por cima do corpo (Os presentes viram uma data inscrita - 10 de Junho) Ouvira-se gritos de desespero! Ouvira-se gritos de cólera! Todos os anos, no mesmo dia, o cemitério refugia-me Vou ao seu encontro, honrá-la Desde então, não existe uma única noite, que não sinta, que não lembre, que não chore... Que nenhum de vós sinta o sabor desta tragédia Pois se sentirem, saberão o quão amargo me encontro
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Escassas são as vozes no horizonte, como os caixões na aldeia Os secos prados abrigam memórias remotas Vestígios de uma vida fatigante... De uma longa ceifa esquecida Nestes recantos olvidados, os ventos assobiam pelas silenciosas vielas Olhos de tristeza focam o vazio das almas confinantes A sua futilidade... O seu mundo... Todos os dias a mesma feição é vista ao amanhecer, pouco antes do sol raiar A alegria da sua companhia perece junto à lareira O seu pálido rosto é visto no breu da noite, imóvel Na aldeia, o funeral do velho marcha para as ruínas da vida Os choros intensos mergulhados pela saudade, revelam menos uma alma na desamparada aldeia A noite fria falece lentamente ao som da chuva e dos trovões Junto à lareira, o conhecido cheiro é sentido... O odor do velho charuto inunda a sala vazia A sua presença é sentida na obscuridade, sem medo As estações sucedem-se por ordem natural Verões passam com saudade singular Invernos desaparecem sem a companhia de outrora Escasso é o significado da vida nesta altura Desgostosa está a idosa alma, cansada de sofrer A Terra é a sua única herança Tudo o que criou está nela enterrada E tudo o que perdeu... O florescer das amendoeiras embeleza as planícies Lembram o que outrora foi.. Morreu de beleza linda, pálida e rainha Vivia com os vivos, mas o coração era do Morto! As raízes do passado estagnam na Morte Os laços de Sangue harmonizam-se no Eterno Descanso
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Em momentos de desespero enleei os meus pesadelos nos meus tormentos Despertei perturbações fortes, e escondidas por um Passado ensanguentado A carne deseja que o sofrimento acabe Embora a Alma consiga abriga-lo de forma acolhedora Penso nos ossos sepultados, e das muitas vidas derrubadas São tantas as vidas que se vão, sem importância... Uma com significado falece, e muda-se a vontade... Inverte-se a razão de ser, debate-se até o próprio viver. Deambulo nas viagens perigosas da mente... Onde foco o Passado e o pérfido presente São léguas de sentimentos a esvaírem-se-me deste destroço de carne Nascer... Falecer... O ciclo decadente da miséria; vida de seu nome Lembrar... Esquecer... O que ela me deu, o que me tirou... Somente memórias venenosas me ardem no pensamento Onde fostes o bem e o mal... O mal que vai perdurando Dentro desse corpo estava uma Alma que luzia Como uma vela no fim da cera, a luz extingui-se de uma outra maneira. Este meu rancor mantém-se aceso no pensamento, até que a Morte me venha buscar Apodreço nesta terra estranha, distante dos meus sentimentos, das minhas feridas. A doença natural permanecerá intacta, eu no meu todo a ruir Com ela serei enterrado, para nunca mais sair Anseio o regresso ao Meu Passado... Sentir o sabor da terra uma última vez E espero não pensar, não sonhar, nem lembrar, aquilo que inconscientemente me despedaça A alegria do passado, a visão corroída do agora.

about

Portugal has assisted to the rise of a unique band, in many ways. Their work of devoted Funeral music, their personal visions about Death are well known. Defuntos expose their 5th album – a moribund journey through loss, a verdict of their own gloomy feelings…

This new artifact can be described as a mental picture of what life would be, facing the Death of a beloved existence. This is an intense voyage to the heart of the XIX century and the entire morbid aura of that epoch, so craved on Defuntos lyrics, together with real facts occurrences.

“Luto Perpétuo” is the melancholic and sinister result of their creators, and the true aim of it, is deeply hidden inside the coffin of their souls. And so it’s intended…

credits

released February 6, 2015

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